Higiene Corporal E Bucal
O vocábulo higiene “deriva da deusa Hygiéia, reverenciada em Atenas como protetora da saúde, do bem estar orgânico” O termo admite vários adjuntos adnominais que o complementam e expandem seu significado: higiene coletiva, higiene mental, higiene profissional, higiene pública, higiene social, higiene da habitação, higiene da alimentação e higiene corporal, entre outros. Este último conceito - higiene corporal - é o alvo de nossa atenção neste trabalho. Num esforço de resgatar e situar a história dos hábitos de higiene corporal, Vigarello narrou os caminhos e as concepções reveladores da transformação do conceito e, em especial, das práticas de higiene, o que envolveu os órgãos dos sentidos, como o olfato e a visão, que foram se aguçando e se refinando em relação à imagem e às sensações corporais. Segundo sua narrativa, a higiene corporal foi sendo, gradualmente, deslocada do espaço público para o privado, tendo como suporte as regras culturais e o conhecimento científico específicos de cada época. O autor considera que, no início do século XIX, o vocábulo higiene ocupa um lugar inédito pois, a partir de então, não é mais adjetivo que qualifica a saúde, mas
A especialização adquirida pela higiene aparece num contexto em que a química, a fisiologia e a história natural se desenvolvem cientificamente. Nesse sentido, considera ser impossível evocar a higiene sem fazer dela um ramo específico do conhecimento médico. Ainda de acordo com o autor citado, a história da limpeza corporal é, também, uma história social. Assumindo-se esse ponto de vista, há que se considerar a contemporaneidade da instauração da Higiene como campo de saber específico e do nascimento da Enfermagem Moderna. Do ponto de vista social, tanto a Higiene quanto a Enfermagem estão, à época, envolvidos por concepções advindas da cientificidade, do contexto político e cultural específicos do século XIX. O nascimento da Enfermagem Moderna é associado à figura de Florence