Hidrografia cearense
O Estado do Ceará está dividido por elevações que se constituem divisores de água e tem seus rios e riachos originados no próprio território que escoam para fora do Estado.
Os cursos d'água estaduais são alimentados diretamente pelas águas pluviais e não dispõem de qualquer ação de fontes perenes. As concentrações de chuvas num curto período impõem a característica de intermitência a todos os rios que correm no território estadual. Na época invernosa, o regime das correntes d'água é de acentuada torrencialidade. Logo após terminadas as chuvas, o escoamento superficial cessa e, apenas nos rios de leito arenoso e poroso, forma-se lençol freático situado próximo à superfície.
Além das características de intermitência imposta pelas chuvas, o regime fluvial recebe influência da temperatura, pela ação da evaporação, constituição geológica e pedológica das áreas, relevo e vegetação. Nas serras e pés-de-serras, os cursos d'água têm vazão assegurada durante a maior parte do ano pelo propicio desses fatores. Verifica-se, então, que os rios da serra de Baturité, Ibiapaba e Araripe são mais duradouros. Além das mais baixas temperaturas, a maior porosidade e permeabilidade dos terrenos das áreas das chapadas da Ibiapaba e Araripe, diminuem o escoamento superficial e o regime torna-se mais regular, da mesma forma como a presença da vegetação densa contribui para tal fato.
No sertão, além das chuvas escassas e concentradas, o regime fluvial é de máxima torrencialidade pela litologia das áreas e descontinuidade da vegetação. Ademais, a maior evaporação, dada a elevada temperatura reinante no Sertão, associa-se aos citados fatores para tornar mais rápido e pouco duradouro o escoamento fluvial. As aluviões, que mantêm umidade superficial nos leitos secos durante o verão são aproveitadas com culturas de vazante e se constituem importantes elementos para o abastecimento à população nas regiões secas e semi-áridas, com a abertura de cacimbas.
Bacias Fluviais