Hidrelétricas
Urbano Lopes da Silva Júnior, M.Sc.
Doutorado BADPI 2014
Limnologia (Bruce R. Forsberg, PhD & John Melack, Ph.D)
1. INTRODUÇÂO
O funcionamento ecológico dos ecossistemas fluviais é essencialmente dependente da conectividade deste sistema, pois o transporte do carbono como fonte de energia para os organismos está atrelado ao comportamento do fluxo hidrológico nas diferentes direções. Ao longo da década de 1980 duas linhas teóricas propuseram diferentes abordagens para esta questão.
Vannote et al (1980) argumenta que os sistemas fluviais apresentam um gradiente contínuo de condições biofísicas que se alteram desde a cabeceira até a boca dos rios. Estas condições fazem com que o sistema seja dependente de fontes de carbono alóctones (vegetação terrestre) nas cabeceiras, enquanto que progressivamente a produção primária autóctone tem sua participação aumentada enquanto se aproxima da foz do rio. O fluxo energético longitudinal do sistema é dependente do uso que os organismos à jusante fazem das sobras energéticas derivadas da ineficiência dos organismos a montante.
Por outro lado, Junk et al (1989) coloca que principalmente no caso dos rios de grande porte com planícies alagáveis, a principal força motora da existência e manutenção destes ecossistemas é o chamado pulso de inundação.
Condições geomorfológicas e hidrológicas determinam as características do pulso de inundação, principalmente em relação a sua previsibilidade. Em rios de baixa ordem o comportamento do pulso seria tão imprevisível dificultando a evolução de organismos com estratégias de vida para este ambiente. Já em planícies alagáveis com o tipo de pulso regular e previsível, uma rica biota pode-se se desenvolver, como exemplificam as várzeas amazônicas.
No entanto a forma mais adequada de abordar de forma verdadeiramente ampla a dinâmica dos