Hertz

Universidade Federal de Santa Catarina
Centro de Filosofia e Ciências Humanas
Departamento de Antropologia
Disciplina: Introdução à Antropologia ANT 7101
Professora: Dra. Miriam Furtado Hartung
Acadêmico: Gabriela Cordini Broering (12102052)
RESENHA
A PREEMINENCIA DA MÃO DIREITA: UM ESTUDO SOBRE A POLARIDADE RELIGIOSA
ROBERT HERTZ
Hertz nos diz que a predominância da mão direita sob a esquerda é justificada como algo natural, do organismo. Ao se utilizar a mão direita se fortalece o lado esquerdo do cérebro que é responsável por entre outras funções à fala, algo orgânico, que o homem não tem poder de interferência.
Contrapondo a visão de que ser destro é natural, encontramos animais ambidestros e pessoas que são naturalmente canhotas. Estas ultimas acabam sendo forçadas a serem ambidestras, pois temos uma ação social que nos dita esta regra, um exemplo fácil é o violão, que é fabricado para destros e quem não o é ou tem que encomendar um para atender sua necessidade especifica ou tem que se adaptar a tocá-lo de forma invertida. O autor cita como exemplo a utilização das duas mãos em cirurgias, ou se por um acidente tivemos uma das mãos privadas, a outra adquire a função natural da que falta.
A mão esquerda é dada ao profano e a direita ao divino. Esse dualismo acaba por gerar a mutilação social, onde ser canhoto significa ser mal, ilegítimo, enquanto a direita, abençoa, consagra.
Hertz nos leva a questão religiosa das praticas sociais, gerando o contraste entre direita e esquerda, sagrado e profano, claro e escuro. As funções atribuídas a cada uma das mãos confirmam sua a tese do autor de que o coletivo, ou espiritual, se impõe ao que é orgânico e natural. É uma condição na qual o individuo é obrigado a seguir certas convenções, mesmo sem que isso seja totalmente explicito, vem na forma de uma coação da consciência coletiva.
O sagrado prevalece sobre o profano ao se negar o uso do lado esquerdo, é uma polaridade religiosa.

REFERÊNCIA