Hering store
Até meados dos anos 90, os Hering – descendentes dos irmãos alemães que fundaram a primeira indústria de fios e malhas de Blumenau (SC) – produziam 100% daquilo que levava sua marca. A começar pelo fio. A companhia não tinha loja. Era uma indústria têxtil e tinha na produção própria seu diferencial, uma vantagem e tanto em tempos de economia fechada. “Com a abertura iniciada no governo Collor, despertamos. Percebemos que os principais ativos que tínhamos eram nossas marcas e canais de distribuição”, afirma Fábio Hering, principal executivo do grupo. Foi quando começou o “desinvestimento” na estrutura de produção. A companhia abandonou a fabricação de fios. E começou sua transformação em empresa de varejo. Em 1996, a primeira Hering Store abriu as portas. Mas a expansão não deslanchou. A Hering não estava pronta para o cenário de economia estável, competição aberta com fabricantes asiáticos, câmbio desfavorável e aperto monetário.
A empresa era financeiramente alavancada, com uma estrutura de capital pesada para um país de juros tão altos. Transformada em bola de neve, sua dívida quase saiu de controle na década seguinte. Ao final de 2005, o endividamento era de R$ 201,3 milhões, ou 4,6 vezes a geração de caixa da