Herbert spencer
Capítulo II – Uma sociedade é um organismo.
§214. Afirmar que o crescimento é uma característica comum nos organismos sociais e orgânicos não é um modo de negar que entre estes e os agregados inorgânicos haja algo em comum; alguns agregados inorgânicos, por exemplo os cristais, apresentam um crescimento visível; e todos, sem exceção, na hipótese evolutiva, foram, em momento ou em outro, o produto de uma integração. Contudo, quando se os compara às coisas ditas inanimadas, os corpos vivos e as sociedades apresentam de maneira muito nítida o fenômeno de aumento de massa, o que nos confere o direito de ver aí o caráter próprio destes dois gêneros de seres. Há muitos organismos que crescem durante toda a sua vida, os demais aumentam durante uma grande parte de sua existência. De ordinário, o crescimento das sociedades prolonga-se até o momento em que elas se dividem ou até a hora em que elas se extinguem.
§215. Outra característica que os corpos sociais têm em comum com os corpos vivos é que aumentam de volume à medida que adquirem uma estrutura mais complexa. Em animais inferiores ou em embriões de animais superiores há poucas partes que possam destacar-se; mas, à medida que os animais superiores se encorpam o número de suas partes aumenta e de igual modo se diferenciam. O mesmo ocorre com uma sociedade. Em princípio as diferenças que separam estes agrupamentos de unidades não surpreendem nem pelo número nem pelo grau, entretanto, à medida que o número de membros de uma sociedade aumenta, as divisões e as subdivisões tornam-se mais e mais agrupadas. Em outros termos, no organismo social como no organismo individual a diferenciação não cessa até o momento em que o organismo já cessou de realizar completamente o tipo que marca a sua maturidade e que precede o seu declínio.
É verdade que em certos agregados orgânicos, no sistema solar, por exemplo,