Herança do mediterrâneo antigo
1. Atenas e o espaço Mediterrâneo
Banhada pelo Mediterrâneo, a Grécia é uma região muito montanhosa, possuindo uma costa recortada em golfos profundos que avançam para o interior; o solo é pobre e escasso em água, dado o pequeno caudal dos rios que o atravessam.
Este conjunto de condições e as rivalidades entre os diferentes povos invasores favoreceram a formação de cidades-estado. As condições geográficas e a pobreza dos solos deram origem a um movimento migratório por parte dos gregos, em busca de melhores condições de vida. Dirigindo-se maioritariamente para as costas do Mediterrâneo e do Mar Negro, os gregos fundaram aí colónias, que deram lugar a novas cidades-estado.
Entre os séculos VIII e VI a. C., as diferentes comunidades gregas, organizadas já em cidades-estado, empreenderam um processo de expansão marítima, resultando daí a formação do mundo grego ou helénico. Os elementos unificadores deste mundo foram a língua, os costumes, a religião, os jogos e as relações comerciais que foram estabelecidas entre as diferentes cidades-estado.
No século V a. C., Atenas alcançou uma posição de superioridade em relação às restantes cidades-estado gregas. Para isso contribuiu o processo de abertura marítima que transformou Atenas numa cidade mercantil. Tirando partido da sua situação económica e do seu papel de intermediário no comércio entre diferentes povos da sua região, Atenas conheceu um período de grande prosperidade.
2. A democracia na época de Péricles
A Grécia Antiga é o berço da democracia, sendo que este novo sistema político era uma alternativa à tirania.
A sociedade ateniense
A sociedade ateniense no século V a. C. era composta por três grupos: cidadãos, metecos e escravos. A maioria da população era constituída por escravos. Os cidadãos constituíam uma pequena parte da população (cerca de um décimo) e apenas eles tinham o direito de participar no governo da cidade. No seu dia a dia, os cidadãos reuniam-se na