HEMODIÁLISE, VIDA E MORTE: UMA BREVE REFLEXÃO
HEMODIÁLISE, VIDA E MORTE: UMA BREVE REFLEXÃO
Autora:
Lilian M. J. Carbone
Rua Manoel Cebrian Ferrer, 44
04023-070 – São Paulo – SP
Tel. (11) 5083-0826 liliancarbone@uol.com.br RESUMO
O trabalho reflete sobre uma experiência de cinco anos de atendimento a pacientes portadores de Doença Renal Crônica (DRC) no Setor de Nefrologia Pediátrica do Hospital
São Paulo (Unifesp), em geral submetidos à hemodiálise. Além da psicoterapia individual, a experiência abrangia a coordenação de grupos terapêuticos de familiares dos pacientes e intervenções junto à equipe de profissionais.
Buscou-se, nas intervenções clínicas, traduzir a experiência vivida pelos pacientes para uma experiência representada, isto é, pensada e teorizada. Na reflexão sobre o caráter propriamente clínico desta experiência recorreu-se ao conceito freudiano de pulsão de morte, a fim de examinar sua possível procedência na teorização desta clínica específica, na qual se mobilizam violentos afetos de sofrimento diante da possibilidade da morte, quando o indizível, manifesto em “furos” e “vãos” da fala, sobrepuja a capacidade de expressão.
O trabalho produz hipóteses para a compreensão teórica desta experiência íntima de desamparo. 1
HEMODIÁLISE, VIDA E MORTE: UMA BREVE REFLEXÃO
Lilian M. J. Carbone
Este trabalho é decorrência de minha experiência de cinco anos trabalhando com pacientes portadores de Doença Renal Crônica, no Setor de Nefrologia Pediátrica do
Hospital São Paulo da Escola Paulista de Medicina – UNIFESP –. Atuando como psicóloga do serviço, tenho oportunidade de ocupar-me, não só do atendimento psicoterápico individual dos pacientes e da realização de grupos psicoterapêuticos com seus familiares, como também da participação de reuniões multiprofissionais.
Neste percurso clínico-institucional, venho deparando-me com muitas situações inquietantes, dentre elas a presença da morte, em todas suas faces e interfaces, seja em sua forma mais