Hanne Arendt - A solução grega
1017 palavras
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Resenha: A condição humana, Hanna Arendt.Capítulos 27 (A solução grega) e 28 (O poder e o espaço da aparência).
Arendt nos oferece sua interpretação da pólis grega, espaço público do qual a finalidade era a aparência do indivíduo, a política, discurso e ação na pólis, permitia aos indivíduos ter a oportunidade de fama imortal, desde que fosse contada uma estória sobre os seus feitos, este permaneceria imortal. Antes da pólis a única oportunidade de alguém ter uma estória e tornar-se “imortal” era a partir de um feito extraordinário, no qual o indivíduo suprassumisse toda a sua existência, este teria que estar disposto a perder a própria vida para ganhar a sua essência. A estória não pode ser atributo de um ser humano vivo, pois enquanto vivo o ser humano é imprevisível, está sempre a mostrar-se ao outro, e ,por isso, não possui essência. A essência de alguém só pode ser revelada após a sua morte, quando não há mais nada do que esperar. Aquiles, o herói, é um exemplo dessa busca de glória que Homero nos relatou e pode, com este relato, imortalizar Aquiles. Mas por que alguém buscaria tal ato do qual a conseguência é a morte? Os gregos tinham como fim da vida de todo indivíduo a eudaimonia, palavra que hoje não carrega todo o seu sentido, mas que significa o “bom espírito”. Este espírito acompanharia o indivíduo por toda a sua vida, mas não se revelaria para o próprio portador do espírito, sendo necessário um outro que o visse a avaliasse. A ação era compreendida como um ato que formava o próprio indivíduo, este tornar-se-ia produto da seu feito. E também neste ato se mostrava o daimon. Antes da pólis só um extraordinário ato poderia chamar a atenção da comunidade inteira, para que, então, esta produzisse uma estória e desta se extraisse a essência e o daimon. Uma ação extraordinária, boa ou má, revelaria o daimon, pois ao contrário a ação perder-se-ia com a volta dos indivíduos para o anonimato do lar. A pólis foi a solução grega para que todos pudesse ter