Alemã, de origem judaica, Hannah Arendt foi uma das mais importantes filósofas do século XX. Foi perseguida pelo regime de Adolf Hitler e construiu uma obra fundamental para a compreensão da política e da condição humana. Foi precisamente devido a sua filosofia independente, seus estudos no campo do existencialismo, sua abrangente teoria sobre o surgimento do totalitarismo e sua decidida atuação em favor da liberdade no âmbito da discussão política, que Arendt assegurou a influencia nos debates contemporâneos. O pluralismo político era um dos conceitos essenciais defendidos por Hannah Arendt, a partir do qual a igualdade política e a liberdade se manifestariam entre as pessoas, com tolerância e respeito às diferenças, numa perspectiva de inclusão. As pessoas que tivessem certa disposição e capacidade específica deveriam ter atuação prática em leis, convênios e acordos políticos. Em consequência disso, Hannah privilegiava a democracia direta ou um sistema de conselhos em detrimento de formas de democracia representativa. Em relação a estas, adotava uma postura claramente crítica. Na hora de refletir sobre o poder, Arendt afirma que o fenômeno fundamental do poder não é a instrumentalização de uma vontade alheia para seus próprios fins, mas a formação de uma vontade comum em uma comunicação orientada ao entendimento. O poder é basicamente derivado da capacidade de agir em comum. Ao analisar a obra de Platão, quando a filosofia é entendida como metafísica e o conceito central da política é o de autoridade, Hannah toma por referência a leitura de Heidegger desta passagem, apresentada em “A doutrina de Platão sobre a verdade”. Assim, acredita que em função das exigências políticas sentidas pelo personagem do Mito da Caverna que firmou-se o ponto de vista metafísico. A partir do momento em que o filósofo não é apenas filósofo, as também pretende ser rei, isto é, governar, surge o conceito metafísico de verdade. Isto explica a razão de aplicabilidade das ideias, que se