Habitação Sustentável
Um caminho a seguir, casas que fazem cidades...
Arquiteto Paulo Lisboa
Arquiteta Eloise Amado
Produzir em massa grandes quantidades de moradia para atender a demanda do enorme déficit habitacional existente no país faz-nos recordar imediatamente a imagem da implosão de extensos conjuntos residenciais, formados pela repetição monótona de tipologias que eliminam a identidade local e as referências espaciais, massificando e desertificando a paisagem urbana.
Este foi o formato historicamente escolhido pelas “autoridades”, que considerava no “habitar” apenas a atividade de moradia, e acabava criando “dormitórios” e “não cidades”.
Este aparente paradoxo é resultado da existência de centenas destes conjuntos em condições precárias de estruturação e avançado estado de deterioração, com espaços coletivos dominados pelo abandono e cenário de violência urbana cotidiana.
É de conhecimento geral a falência deste modelo de habitação, que tem, inclusive, data e hora do óbito: 15 de julho de 1972, às 15h32min, com a dinamitação de boa parte dos blocos do premiado projeto modernista, o conjunto habitacional Pruitt-Igoe, em St. Louis, Missouri, com 33 prédios e 10 mil habitantes.
Décadas depois, os órgãos governamentais buscam restringir a dimensão destes conjuntos em torno de 250 a 300 unidades. Mas somente a definição de escala é garantia da qualidade da moradia? É evidente que não! Necessitamos de políticas públicas que atendam a demanda oportunidades e a diferenciação. Foi assim foi que, com entusiasmo, o CBCS recebeu o convite da CDHU para estreitar ainda mais o relacionamento existente entre as duas entidades na cooperação de ações que subsidiem a qualificação do projeto e a produção de HIS, fundamentalmente nos aspectos de sustentabilidade. Entendemos que a promoção de um concurso de projetos pode representar avanços significativos no estabelecimento de novos paradigmas para o setor, como se verificou nos resultados