gêneros textuais
Falar acerca desse gênero, mediante a tantas inovações tecnológicas a que estamos imersos, parece não muito relevante, não é verdade? Contudo, apesar de as pessoas não mais se interessarem por esse tipo de aporte comunicativo, trata-se de um gênero textual e, como tal, prescinde alguns conhecimentos, tão importantes quanto necessários de nossa parte, usuários da língua. Nesse sentido, configurando-o enquanto gênero, equivale dizer que participa de uma situação comunicativa, sem dúvida, no entanto, perfazendo-se de uma interação demarcada entre o “eu” e sua subjetividade.
Isso mesmo, o diário retrata aquela circunstância comunicativa em que registramos nossas impressões acerca do mundo que nos rodeia, expressando nossas ideias, sentimentos, desejos, desabafos e por que não dizer nossos segredos? Dessa forma, tendo em vista tais intentos comunicativos, equivale afirmar que a linguagem expressa nesse gênero costuma não seguir um padrão rígido, podendo, portanto, pender-se para o nível da coloquialidade, visto se tratar de uma espécie de confissão por parte de quem escreve. Quanto à estrutura, até mesmo pelo fato de ela não ser definida, equivale frisar que o emprego dos tempos verbais pode variar, ora demarcados no tempo pretérito, ora no tempo presente, não se esquecendo de que todos eles devem estar expressos na primeira pessoa do singular, obviamente.
Outro fator que também se aplica ao gênero em evidência reside no fato de que ele pode se tornar um importante e valoroso documento histórico, haja vista que pode retratar uma determinada época ou mesmo registrar fatos do dia a dia de uma pessoa que faz ou fez parte da sociedade, como é caso do livro Quarto de despejo – Diário de uma favelada, de Carolina de Jesus, uma catadora de papel que viveu na favela de Canindé, São Paulo. Tornando-nos familiarizados acerca do discurso nele presente, constatamos se tratar da árdua luta pela sobrevivência, retratada pelas pessoas que