Gêneros textuais e conceitos afins
“Classificar textos é de suma importância, não só nas pesquisas ligadas à linguagem, mas também na aplicação didática dos seus resultados.”
“Nas pesquisas, porque a atividade linguística não existe fora da produção e interpretação de textos orais ou escritos, e no ensino porque é para capacitar o aluno a produzir e interpretar textos que se aprende uma língua, e não existe texto fora das convenções de um gênero textual.”
“É frequente ouvir-se a assertiva de que a mesóclise não existe na atualidade [...] Os mais conservadores se equivocam no sentido contrário negando sumariamente a existência de hábitos linguísticos coloquiais considerados ‘incorretos’”.
“Tanto existem no português atual construções desse tipo quanto existe a mesóclise. Depende do gênero textual.”
“‘o que é virtude num gênero textual pode ser defeito em outro, daí a pouca utilidade de conselhos gerais, válidos em princípio para qualquer gênero’” (cf. OLIVEIRA (in HENRQUES e SIMÕES, 2004, p 191).”
“Isso não significa que não haja ‘recomendações’ válidas para todos os gêneros. [...] aos textos em geral o que é dos textos em geral, a cada gênero o que é de cada gênero.”
“O ensino de interpretação de textos também se beneficia da classificação dos gêneros. Temos de ler uma obra ficcional, por exemplo, sem esperar dela veracidade. Lendo uma notícia, ao contrário, ‘cobramos’ do jornal que a veicula um compromisso com a verdade dos fatos. [...] Quem lesse um desses gêneros como se fosse o outro não conseguiria interpretar adequadamente o texto.”
“A atitude de restringir ao âmbito literário a classificação sistemática e consistente dos textos perdurou até a primeira metade do século XX, quando BAKHTIN lançou as bases de uma classificação mais abrangente, expandida para outras esferas da comunicação.”
“As tentativas de classificação pecavam pela heterogeneidade de critérios.”
“Por um lado, [...] Weclich falava em cinco