Gêneros Linguisticos
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302 páginas
Sumario 1 Introduo A riqueza e a diversidade dos gneros discursivos so ilimitadas, porque as possibilidades de atividade humana so tambm inesgotveis e porque cada esfera de atividade contm um repertrio inteiro de gneros discursivos que se diferenciam e se ampliam na mesma proporo que cada esfera particular se desenvolve e se torna cada vez mais complexa (Bakhtin, 1986, p. (60). 1.1 - Conceituao O gnero do discurso tem contribudo para a ordenao das atividades comunicativas por ser, segundo Marcuschi (2002, 19), uma entidade scio-discursiva incontornvel em qualquer situao comunicativa, alm de contribuir para o poder interpretativo das aes humanas em qualquer contexto discursivo, ou seja, o gnero se adapta a cada contexto situacional com um propsito especfico e segue padres lingsticos e culturais de uma comunidade discursiva (Oliveira, 1997, 23). O estudo de gneros tem se desenvolvido para examinar diferentes textos produzidos nas mais diferentes situaes e comunidades, agrupando-os de maneira que obedeam a uma tipologia geral, pelas especificidades e pelas diferenas que mantm entre si. O surgimento dos gneros observado em povos de cultura oral. Com a inveno da escrita alfabtica (sculo VII a.C.) os gneros se multiplicaram. A partir do sculo XV, os gneros tomaram grandes propores, com o advento da imprensa. Na atualidade, a tecnologia propiciou o aparecimento de novos gneros, tanto da oralidade como da escrita e os mesmos integram-se na comunidade, caracterizando se por seus diversos propsitos comunicativos. A dinamicidade do meio, por interferncia ou contaminao, modifica tanto as formas de relaes humanas quanto as formas de representar o mundo atravs das diferentes linguagens sonoras e visuais que, numa grande variedade de textos, freqentemente, co-ocorrem e interagem (Pinheiro, 2002, 262). Muitos gneros encontrados hoje so adaptaes de outros gneros pr-existentes. Bakhtin (1992) citou a transmutao dos gneros e a assimilao de um gnero por outro gerando novos.