Gênero e violência doméstica nos projetos habitacionais de interesse social
Juliana de Paula Novaes
Apresentação:
O presente projeto constitui-se em um trabalho de esforço em aguçar e estimular a não conivência e omissão quanto às cruéis cenas de violência praticadas contra a mulher, bem como divulgar os recursos jurídicos e políticas/programas sociais existentes para a prevenção, acompanhamento e proteção destes casos.
Justificativa:
Na atualidade, a violência contra a mulher aponta índices alarmantes em todo o mundo. Por não se restringir a uma determinada classe social, raça ou idade, gradativamente a violência contra a mulher passou a ser entendida também como um problema de saúde pública diante da magnitude do número de casos, bem como das consequências que perpassam o âmbito individual, afetando a sociedade como um todo nos mais diversos setores. Estudiosos do tema descrevem a violência contra a mulher como um fenômeno histórico, culturalmente construído pela sociedade, onde o homem é alocado em uma posição de superioridade determinando uma relação machista de “posse/domínio” sobre a figura feminina, com grande tendência ao domínio físico e emocional na relação conjugal. No entanto, há de se ressaltar que entre as causas que desencadeiam o comportamento agressivo também se fazem presentes situações diversas como: o uso/dependência de substâncias químicas (drogas lícitas e ilícitas), problemas mentais ou emocionais, a falta de diálogo, dificuldades econômicas, imposição da força física etc. Remetendo-nos a esta questão no âmbito brasileiro, vale ressaltar que desde a metade do século 19 até depois da Primeira Guerra Mundial as características culturais e até mesmo econômicas do país contribuíram para alteração dessa realidade de dominação do masculino sobre o feminino. Fatores como a industrialização e maior urbanização das cidades permitiram às mulheres uma