Guilherme de Occam: o reconhecimento da supremacia do Estado
RESUMO: Desde o século XII se assistia o fortalecimento de vários reinos, empenhados em consolidar sua soberania frente o Império e a Igreja. No século XIV os Estados Nacionais intensificaram o processo e se colocaram definitivamente como protagonistas da história política, acentuando o declínio do Império enquanto poder universal. Ao mesmo tempo, o processo de laicização da sociedade política levaria a profundas mudanças na concepção da autoridade pontifícia, também consolidada nos últimos dois séculos, sob uma sólida base doutrinal. Neste cenário confuso e instável, de intensa disputa pelo exercício da plenitude do poder político entre a Igreja e o Império, Occam se tornou um dos mais proeminentes interlocutores no reconhecimento da supremacia do Estado, nas questões laicas ou civis. Para tanto, operou a definitiva separação entre a fé e a razão e entre a filosofia e a teologia. Em sua arrojada teoria do poder, novos conceitos foram elaborados e velhas hipóteses tiveram que ser revistas. Ao estabelecer a importância da experiência para se conhecer a causa das coisas, antecipou ideias que no futuro alimentariam algumas vertentes do cartesianismo, do empirismo e do criticismo.
Palavras-chave: soberania, estado, igreja, poder, política, teologia, filosofia.
ABSTRACT: Since the nineteenth we have witnessed to the strengthening of many kingdoms engaged in consulate their sovereignty front of the Empire and the Church. In the fourteenth century the national states intensified the process and placed definitely as protagonists of political history, accentuating the decline of the Empire as a universal power. At the same time, the process of laicization of political society would lead to profound changes in the conception of the pontifical authority, also