Guerrilha dos muras
Os Muras eram uma tribo indígena nômade que habitavam um vasto território entre as bacias hidrográficas dos rios Solimões, Madeira e Amazonas, em meados do século XVII. Eram conhecidos por não manterem relações com brancos, por lutarem contra qualquer tentativa de invasão dos seus territórios, por morarem em canoas e atacarem as embarcações comerciais que usavam o rio Madeira, pelo o fato do rio madeira ser o único caminho para os comerciantes portugueses chegarem a Vila Bela, antiga cidade de Mato Grosso.
Os comerciantes portugueses da época tinham muito interesse no local que eles habitavam porque era através do rio Madeira que chegavam até a então capital do Mato Grosso (caminho natural para as minas de ouro, descoberto na segunda metade do século XVIII), Vila Bela, que dava acesso para as demais regiões. Vendo a dificuldade de navegar pelo rio, os comerciantes pressionaram então o capitão do forte São José do Rio Negro para que mandasse tropas para destruir os índios, já que eles eram um empecilho.
Quando se enfrentaram no rio, muitos índios foram mortos devido a desigualdade de armas usadas pelos portugueses, porém não demorou para que os Muras pensassem em uma estratégia de guerrilha: passaram a ficar em pontos nas passagens dos rios e surpreenderem as embarcações, o que levou pânico e mobilizou o esforço da repressão colonial. Foi então que começou o combate. Na verdade, os Muras já eram atacados e atacavam desde antes.
Nem as Missões escapavam da raiva dos índios, isto porque anteriormente um jesuíta convenceu a tribo de viverem em uma missão. Deu a eles ferramentas para plantarem, roupas, enfim, tudo que pode para que vivessem melhor. O problema é que um português soube dos índios catequizados e resolveu escravizá-los se passando por um missionário. Colocou eles em um barco e chegando a sua fazenda os vendeu como escravos para outros brancos. Foi a partir desta história que marcou-se o início da resistência Mura e então passaram a