Guerra púnica
No século III antes da era cristã, a tensão entre Cartago e Roma se fazia sentir com mais intensidade na Sicília, onde eram freqüentes os choques entre os habitantes da área púnica -- as antigas colônias fenícias da metade ocidental da ilha -- e das cidades gregas localizadas na região oriental. O confronto entre as duas potências teve início depois que Messina, então em poder de mercenários da Campânia, pediu socorro a Roma e Cartago ao ser atacada por Siracusa, aliada dos cartagineses.
As tropas de Cartago foram as primeiras a chegar. Seus oficiais tomaram Messina e se reconciliaram com Hiéron, tirano de Siracusa. Pouco depois, entretanto, chegaram à cidade as tropas romanas, que capturaram o almirante cartaginês e o obrigaram a retirar-se. O ataque deflagrou a guerra de Roma contra Siracusa e Cartago. Os aliados lançaram um ataque conjunto contra Messina, mas foram repelidos e, no ano 263 a.C., os romanos invadiram os territórios de Hiéron e o forçaram a assinar uma paz em separado. Em 262, tomaram a fortaleza cartaginesa de Agrigentum e, dois anos mais tarde, inflingiram uma grande derrota naval a Cartago, em Mylae, ao norte da Sicília.
Em 259, os romanos conseguiram expulsar as tropas cartaginesas da Córsega e três anos depois obtiveram nova vitória, ao repelir o avanço de uma esquadra na região do cabo Ecnomus, próxima à área em que seria localizada a atual Licata. Roma estabeleceu então uma cabeça de ponte em Clypea -- atual Kelibia, na Tunísia -- e Cartago aceitou negociar, mas recuou de sua posição ante as rigorosas condições impostas pelo cônsul A. Atílio Régulo. Em 255, uma frota cartaginesa, sob o comando do mercenário Xantipo, derrotou Régulo, que foi feito prisioneiro. Depois que uma nova expedição romana combateu a frota cartaginesa no cabo Hermaeum (Bon) e libertou as tropas encurraladas em Clypea, teve início uma guerra de desgaste que se prolongou até 249, quando, em represália a um ataque romano,