Guerra irã
Guerra em 2012?Irã parece considerar que conflito externo estabilizaria o front interno, embora, a médio prazo, isso possa também levar ao seu colapso, escreve Alfredo Sirkis | 25/01/2012 | |
Há no ar uma séria ameaça de guerra no Oriente Médio ao longo deste ano. Diversos fatores convergem nesse sentido envolvendo o Irã, Israel e os EUA. Dias atrás, Roger Cohen, comentarista do New York Times, escreveu um artigo intitulado “Não o faça, Bibi”. Bibi é naturalmente o primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. A coisa a não fazer é o ataque aéreo às instalações nucleares do Irã. No Foreign Affairs de dezembro, há uma artigo de um conselheiro especial do Pentágono, Matthew Kroenig, analisando detalhadamente as circunstâncias e aconselhando como a solução “menos pior” um ataque norte-americano à infraestrutura nuclear iraniana, antes que Israel o faça.Existe um sinergia sinistra entre as conjunturas políticas internas dos três atores principais dessa trama que se realimentam mutuamente na direção de uma guerra. O Irã se sente ameaçado pela dinâmica da primavera árabe, da qual seus distúrbios pós-eleitorais de 2009 foram uma antecipação abortada. O regime sabe que é repudiado por uma numerosa classe média que pode retomar sua mobilização a qualquer momento. As divisões internas no campo conservador clerical nunca foram tão intensas. Recentemente, o caldo quase entornou entre o líder supremo, o aiatolá Khamenei, e o presidente Ahmadinejad. A guerra civil na Síria, o seu grande aliado no mundo árabe, deixa o regime islâmico xiita à beira de um ataque de nervos. Nesse contexto, a “fuga para frente” parece ser o caminho. O poder parece considerar que um conflito externo estabilizaria o front interno levantando uma onda de patriotismo, embora, a médio prazo, isso possa também levar ao seu colapso. Por outro lado, o almejado status de país dotado de armamento nuclear é uma tentação aparentemente irresistível conquanto não esteja ainda claro se e quando o Irã