Guerra fria
O tenso cenário das relações internacionais do período refletiu-se na vida cotidiana dos dois países, além de repercutir em todo o planeta. Qualquer manifestação de apoio a um ou outro país logo era identificada como apoio a "Moscou" ou ao "imperialismo norte-americano". Nesse contexto de mútua desconfiança internacional, os órgãos de inteligência e espionagem dos dois países se desenvolveram e desempenharam um papel de destaque. A CIA, fundada em 1947, e a KGB, de 1954, passaram a interferir na vida política, comercial e cultural de diversos países.
Na América Latina, por exemplo, a "política de boa vizinhança" ganhou reforço no pós-guerra a fim de evitar o avanço soviético. Criada no início de 1940, essa política tinha como objetivo oficial estreitar os laços de cooperação entre os países, mas na verdade visava assegurar a hegemonia dos Estados Unidos no continente e evitar o avanço do Eixo durante a guerra. Ela centrou-se sobretudo no campo cultural, promovendo o envio de intelectuais e artistas aos países aliados. Entre os anos 1940 e 1950, essa política tomou novos rumos, atuando na formação de quadros técnicos e intelectuais, apoiados pela Organização dos Estados Americanos (OEA) e pela Comissão Econômica para o Desenvolvimento da América Latina e Caribe (Cepal).
A radicalização do confronto entre as superpotências fez surgir, nos Estados Unidos da década de 1950, posicionamentos bastante conservadores, como o marcathismo, que desencadeou uma verdadeira "caça às bruxas", tendo como alvo supostos "esquerdistas". Comandada pelo Comitê contra as Atividades Antiamericanas, liderado pelo senador Joseph MacCarthy, a campanha anticomunista atingiu centenas de intelectuais e artistas que viviam nos Estados Unidos.
Complemento - Guerra Fria:
• Um imenso jogo político em que estabeleciam as regras e alianças ou sustentavam indiretamente guerras em várias partes do planeta. (Guerra Fria)
• Ao fim da Segunda Guerra Mundial, os