Guerra Fria e o Chile
Na segunda metade do século XX o contexto mundial era o da Guerra Fria, na qual se opunham o capitalismo e o comunismo. Muitos para muitos países da América Latina, guiados por um ideal de combate aos males do comunismo, resultaram em governos ditatoriais que geralmente foram promovidos por ações militares. Os militares foram responsáveis por golpes de Estado, por exemplo, no Brasil, na Argentina e no Chile.
Após a Segunda Guerra, a Guerra Fria acabou influenciando a História do Chile. Gabriel González Videla, eleito com o apoio dos comunistas liderados por Pablo Neruda, acabou por afastar estes de seu governo. Após a aprovação da chamada “Lei Maldita” fechou o partido e prendeu seus dirigentes. Sua decisão provocou revoltas operárias e resultou na decretação do estado de sítio em Santiago.
Durante o governo de Videla, em 1946, Pablo Neruda teve que se esconder na residência de Aída Figueroa e Gonzalo Rojas, amigos do poeta. O apartamento do casal já abrigava outros procurados pelo regime. Apesar de rígidas regras de segurança nortearem a vida de todos no apartamento, o aniversário do poeta mereceu uma festa com amigos também procurados… Embora o regime de Videla fosse repressivo, seu governo estendeu o direito de voto às mulheres.
No começo da década de 1950 foi eleito o general independente Carlos Ibáñez del Campo, o jovem oficial que, em 1924, liderara o ruído de sables, pressionando o congresso a aprovar leis trabalhistas.
Populista, mas com algumas propostas progressistas, o general tinha como símbolo de sua candidatura uma vassoura com a qual varreria a corrupção do país. (Seria daí que um certo político mato-grossense sacou a ideia de uma vassoura como ícone de sua campanha?). Com grande apoio popular, adotou algumas medidas que eram bandeira da esquerda, como a Central Única dos Trabalhadores e a abolição da “Lei Maldita”.
Em 1964 a Guerra Fria entre americanos e russos estava no