Guerra Do Pio
Portadora de uma imensa população, a China do século XIX foi um dos mais importantes alvos das nações industrializadas desta época. Interessadas em lucrar indiscriminadamente, as chamadas nações imperialistas exploravam todo e qualquer tipo de mercadoria que pudesse trazer bons rendimentos. Dessa forma, o vasto mercado consumidor chinês se transformou em alvo da comercialização do ópio.
O ópio, até meados do século XVIII, era utilizado tradicionalmente pelos chineses com finalidades estritamente medicinais. Entretanto, possuindo grandes lavouras do produto na Índia, os ingleses passaram a disseminar a utilização massiva desse subproduto da papoula como droga anestésica. Em pouco tempo, a sistemática venda da mercadoria impôs uma série de problemas de ordem econômica e social para os chineses.
No ano de 1796, o governo chinês tentou combater o consumo de ópio no país através de um decreto oficial. Contudo, a gigantesca leva de viciados e a indiferença dos imperialistas acabaram mantendo as coisas da mesma forma. O conflito de interesses culminou em ações mais agressivas do governo chinês. Em 1839, na região do Cantão, as autoridades locais apreenderam e lançaram ao mar um carregamento com vinte mil caixas de ópio.
Visivelmente ofendidos, os ingleses exigiram que a China pagasse uma indenização pelos prejuízos materiais e por impedir o livre-comércio na região. Mediante a falta do pagamento, a Inglaterra organizou os navios de guerra e os soldados que participaram da Primeira Guerra do Ópio. Vitoriosos, os britânicos impuseram aos chineses a assinatura do Tratado de Nanquim (1842), que previa a abertura de cinco portos, o fim das fiscalizações, o pagamento de indenização e a entrega da ilha de Hong Kong.
Nos anos de 1856 e 1858, a fiscalização de embarcações britânicas serviu de pretexto para que outras duas Guerras do Ópio acontecessem. Mais uma vez derrotados, os chineses foram impelidos a aceitarem as condições do Tratado de Tientsin, que