Guerra do contestado
Ao longo de sua História a região do Contestado foi alvo de sucessivos episódios de disputa política e econômica. Localizada entre os estados do Paraná e Santa Catarina, era uma área povoada por sertanejos, pessoas muito pobres, oprimidas, que não possuíam terras e também padeciam com a escassez de alimentos. A região foi marcada por essas disputas em razão da presença de uma rica floresta e uma grande região dedicada à plantação de erva-mate. Uma das mais imediatas manifestações desse problema se dava na pressão exercida pelos grandes proprietários de terra “os fazendeiros”, que forçavam agregados e posseiros a se estabelecerem em outras terras.
Além disso, a construção de uma estrada de ferro interligando os estados de São Paulo e Rio Grande do Sul agravou o problema social ali instalado. Sob a liderança do empresário Percival Farquhar, a Brazil Railway Company comprou uma extensa área para construção desta estrada, onde diversas famílias já estavam instaladas. Após viabilizar o processo de desocupação das terras, a companhia atraiu a mão de obra de mais de 8 mil operários que participaram da gigantesca obra.
Depois de realizar a construção, a Brazil Railway adquiriu outra área com mais de 180 mil hectares onde realizaria exploração madeireira. Utilizando modernas maquinas para a execução desse novo empreendimento. A empresa estrangeira precisou de um contingente mínimo de mão de obra, o que acabou forçando a expulsão de outra leva de pequenos agricultores que também estavam fixados naquela região. Essa atitude revoltou os sertanejos e foi o estopim para o conflito, que se destacou por sua característica sociopolítica.
Com a formação dessa massa de operários desempregados e camponeses desapropriados, a região do Contestado começou a presenciar um movimento messiânico ou Guerra Santa. A Guerra do Contestado colocou os nativos contra o governo, as multinacionais e as oligarquias. Diversos profetas, beatos e “monges” apareceram