guerra de canudos
O presente artigo examina as motivações que o Brasil tem para contribuir para as missões de manutenção da paz (peacekeeping) das Nações Unidas no Timor Leste e no Haiti. O Brasil procura prestígio e aspira ganhar influência pelos métodos pragmáticos da sua política exterior. Na opinião do autor, as contribuições são vantajosas para o país porque o custo é baixo e porque permitem treinamento militar, visibilidade global e uma extensão política e econômica da influência brasileira.
Palavras-chave: Manutenção da Paz – Haiti – Minustah –Timor Leste introdução O papel do Brasil nas operações de manutenção da paz da Organização das Nações Unidas (ONU) merece muita atenção dada a sua ascensão como a potência regional mais forte na América Latina. O país participou de cinco operações de paz no Timor Leste desde 1999 e contribui preponderantemente na Missão das Nações Unidas para estabilização no Haiti (do francês, Mission des Nations Unies pour la Stabilisation en Haiti [Minustah]) desde 2004. No início de 2011, a presidente Dilma Rousseff reafirmou o compromisso contínuo da nação brasileira com as intervenções internacionais, observando, após o catastrófico terremoto de janeiro de 2010 em Porto Príncipe, que "[a] Minustah e [o] Brasil continuarão" (EM NOTA..., 2011).
Este trabalho examina as motivações do Brasil para contribuir para missões de manutenção da paz e os fatores que moldam o escopo e a natureza da sua participação. Prestígio é o primeiro incentivo (FISHEL; SAENZ, 2007, p. 199). Brasília acredita que a participação nas missões aumentará a reputação internacional e aumentará a projeção de poder econômico e político do país. O prestígio está associado também ao objetivo de obter um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, posição que garantiria ao Brasil maior peso regional na América Latina e uma forte presença nos assuntos militares e