Gruets
A revista Nature declarou, em um seu editorial, que Cuba desenvolveu uma considerável capacidade de pesquisa, talvez maior que a de qualquer outro país em desenvolvimento fora do sudeste asiático.
Cuba conseguiu criar, com grande sucesso, uma indústria de biotecnologia capaz de inventar drogas modernas e vacinas próprias21 e que opera ao lado de uma florescente indústria farmacêutica que vem obtendo sucesso em suas exportações. Como observou a revista Nature, cabe indagar como Cuba, sofrendo um embargo comercial pelos Estados Unidos desde 1962, conseguiu fazer isso e que lições outros países poderiam tirar desse feito. Mais da metade do progresso científico de Cuba foi obtido após a queda do império soviético. Segundo a Nature, o sucesso de Cuba pode ser parcialmente explicado pelos pesados investimentos feitos por aquele país em todos os níveis de educação e também pelo fato de que a ciência em Cuba seriaselvagemente22 dirigida, ou seja, dirigida exclusivamente à solução de seus problemas sociais. A pesquisa estatal de Cuba funciona como um grande laboratório empresarial, exceto em que seus resultados são medidos pelos benefícios sociais que gera, ao invés do desempenho comercial de seus produtos, como ocorre nas corporações comerciais.
A biotecnologia cubana já gerou mais de 600 patentes para drogas novas e inovadoras como vacinas, proteínas recombinantes, anticorpos monoclonais, equipamento médico com software especial, e sistemas de diagnósticos. Em 2003, a exportação desses produtos cresceu 13% e incluiu novos itens, tais como a vacina contra haemophilus (para prevenção da meningite infantil e pneumonia) e um fator estimulador de colônia e anticorpo monoclonal R3 (para o tratamento do câncer). Cuba é um dos únicos seis países do mundo que produzem o interferon. Cerca de sessenta outros produtos estão nos estágios finais de pesquisa e planos de transferência de tecnologia estão em estudos visando à construção de unidades produtoras no