Group therapy for adolescents with repeated self harm
As dificuldades sentidas neste processo de socialização e aquisição das principais competências sociais têm graves consequências na vida do indivíduo e podem colocar em risco o posterior desenvolvimento e adaptação do sujeito, tanto a nível pessoal como social (Beauchamp & Anderson, 2010). Entre estes défices e a variedade de problemas existe uma correlação que, segundo Remédios (2010), é positiva, como as perturbações nos comportamentos dos adolescentes, baixa autoestima, dificuldades escolares, suicídio, automutilação, problemas conjugais, além dos quadros clínicos como a depressão e a esquizofrenia (Beauchamp & Anderson, 2010). O isolamento social e, por vezes, a agressividade são manifestações causadas pelas dificuldades de relacionamento interpessoal por ausência ou défice destas competências (Remédios, 2010), sendo os jovens os que mais manifestam este tipo de comportamento, aqueles que apresentam níveis mais baixos de bem-estar psicológico (Bizarro, 1999; cit in Remédios, 2010).
Automutilação
Favazza (1998; Gratz, 2001; cit in Castilho, Gouveia & Bento, 2010) apresenta uma das mais detalhadas e explícitas explicações para a automutilação, definindo este fenómeno como uma ponderada destruição direta ou alteração do tecido corporal sem intenção suicida ciente, mas em que resultam lesões graves no corpo.
Vários estudos indicam que este comportamento se deve a uma estratégia de regulação emocional (Linehan, 1993; Mikolajczak, Petrides, & Hurry, 2009; cit it Castilho, Gouveia & Bento, 2010), o intuito de reduzir o afeto negativo que o individuo sente (Linehan, 1993; Klonsky, 2007; cit in Castilho, Gouveia & Bento, 2010). Outros estudos também apoiam esta associação e referem que sentimentos como depressão, solidão, ansiedade, hostilidade, queixas somáticas e raiva poderão ser proporcionadores destes comportamentos (Castille et al., 2007; cit in Castilho, Gouveia & Bento, 2010).
Este comportamento poderá estar