O Rap como forma de Mercantilização
FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS
ESTUDOS DE CULTURA – PROFª MARIA ELISA CEVASCO
Mayara Santiago de Arruda Nº USP 7664803
O Rap nacional e seu processo de mercantilização
Um dos estilos musicais que fazem parte do gosto da maioria dos jovens paulistanos é o hip hop, que teve como base o rap, (rhythm and poetry) gênero musical nascido na Jamaica e levado aos EUA no início da década de 1970. Entretanto, o hip hop nem sempre fez parte do gosto musical de todas as classes sociais, como se inclui nos dias atuais.
Ao ser incorporado na cultura brasileira, especificamente nas comunidades carentes dos bairros de São Paulo, o rap1 trazia o discurso de jovens que enfrentavam diariamente problemas com a violência, as drogas e o preconceito racial. Visto pela alta sociedade como música de caráter violento, o rap concentrou-se nos bairros periféricos, pois não era bem aceito pelas demais classes sociais. Um dos grupos mais famosos de rap nacional é o Racionais Mc’s.
Com a união de Edi Rock, Ice Blue, DJ KL Jay e Mano Brown, o grupo iniciou sua história em 17 de outubro de 1988 com as faixas “Pânico na Zona Sul” e “Tempos Difíceis”. As letras do grupo narravam a realidade de quem é preto e pobre no Brasil, denunciando o sistema capitalista e anunciando que esse sistema é o responsável pela miséria e violência que assola o país.
Os Racionais Mc’s ganharam credibilidade no cenário musical nacional e firmaram-se como o grupo de rap nacional mais influente do país. Sua notoriedade permitiu a participação em causas sociais, como a parceria com a Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, onde o grupo realizou palestras direcionadas a alunos e professores sobre assuntos como drogas, violência policial, racismo e outros.
Com o grande sucesso de músicas como “Diário de um detento” e “Vida Loka partes I e II”, o grupo amplia seu público e passa a atingir classes sociais que não vivem a realidade cantada em suas músicas.