GRIPE ESPANHOLA
Em fevereiro de 1918, último ano da Primeira Guerra Mundial, uma gripe desagradável e de rápida disseminação começou a infectar pessoas na cidade turística de San Sebastián, na Espanha. Houve outros surtos na época, talvez alguns anteriores, mas o nome "gripe espanhola" ficou. A doença galopou pela Europa durante abril e maio, infectando vários soldados jovens e saudáveis nos campos de batalha e em famílias envolvidas na guerra. A maioria das pessoas ficou muito doente por uma semana, e depois se recuperou.
A epidemia diminuiu entre junho, julho e agosto. Mas então, em setembro, o vírus voltou em uma forma mutada muito mais letal. Ele desencadeou uma pandemia que matou mais pessoas, e mais rápido, do que qualquer outra doença na história da humanidade, incluindo a epidemia de Peste Negra na Idade Média. A doença chegou à Europa, Índia, Ásia e às Américas, e até ao Ártico, onde vilarejos remotos inteiros de esquimós foram varridos.
Em pouco mais de um ano, aproximadamente 500 milhões de pessoas - talvez um quarto a um terço da população mundial - adoeceram, e quase todo mundo foi exposto ao vírus. Os médicos não tinham como fazer exames para detectar o vírus diretamente, e muitas pessoas morreram em pouco tempo, de forma que não foi possível manter registros precisos. Mas estimativas calculam de 20 a 100 milhões de mortes, muito provavelmente na faixa de 40 a 50 milhões. Embora a gripe em si tenha matado algumas vítimas, a maioria das pessoas morreu de pneumonia severa que se desenvolveu a partir da gripe inicial.
Para colocar o número de mortos em uma perspectiva contemporânea, 15 milhões de pessoas, soldados e civis, morreram em quatro anos sangrentos de combate na Primeira Guerra Mundial.
O que tornou a epidemia de 1918 tão letal? Até hoje, cientistas estão trabalhando para resolver esse mistério
Foto gentilmente cedida