Greve geral de 1917
A greve geral de 1917 no Brasil faz parte de um processo de politização dos trabalhadores brasileiros. Esta politização se deu em parte graças à ideias e princípios organizacionais aportados no país junto com trabalhadores europeus italianos e espanhóis que imigraram para o Brasil buscando melhores condições de vida a partir da segunda metade do século XIX. Enquanto os espanhóis permaneceram no meio urbano, ao aportarem no Brasil, as famílias de imigrantes italianos tiveram destinos diversos. No estado de São Paulo, ainda que em regime assalariado os italianos passaram a substituir a mão de obra escrava nas fazendas de café, enquanto no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina os italianos foram enviados para a região da serra onde receberam lotes de terra não trabalhada para desenvolver atividades produtivas, sem conhecer as especifidades dos solos e do clima da região.
Oreste Ristori, importante militante e jornalista libertário, ativista anti-imigração, assinala o tratamento escravista dado aos imigrantes italianos no interior de São Paulo pelos grandes proprietários de terra, fator que fez com que os trabalhadores se dirigessem a capital, quando possível.
Nas proximidades de Araraquara, existe uma daquelas tantas prisões perpétuas, chamada Fazenda São Luís, da qual é digno proprietário aquela pé**** de bandido que responde pelo nome de José de Lacerda Abreu. (...) Nesta prisão perpétua ocorrem frequentemente cenas assustadoras. Os pobres reclusos (é assim que precisamos chamar os colonos porque não podem sair da fazenda, sob pena de serem pegos a pauladas ou assassinados) trabalham anos e anos sem serem pagos. Quando perguntam