Greve Geral 1917
Não faltavam motivos para reivindicações por parte dos trabalhadores. Naquela época o custo de vida aumentava dia-a-dia, e os operários trabalhavam em media 14 horas diárias, sem férias, sem descanso semanal remunerado, sem nenhum tipo de assistência e toda a produção era vendida para a Europa, que estava em guerra. Nesta greve os trabalhadores pediam por: redução da jornada, remuneração de hora extra em 50%, reajuste salarial, livre associação, descanso semanal (ainda sem remuneração), entre outras coisas.
Em 15 de julho, a greve foi encerrada com a conquista de 20% de reajuste, por parte do governo, e promessas de libertação dos que foram presos durante o conflito e a fiscalização do trabalho de menores e mulheres. Mas o movimento desencadeou, até 1920, uma onda de greves no Brasil e deixou como mártir o sapateiro Antônio Martinez de apenas 21 anos.
O contexto internacional, controverso e de muita luta, repercutia entre os operários brasileiros e tanto a I Guerra Mundial [de 1914 a1918] quanto à Revolução Socialista na Rússia [1917] estão na raiz deste processo de greves deflagrado a partir de 1917.
Em São Paulo e no Rio de Janeiro foram criadas, a partir de 1915, organizações que agrupavam operários e intelectuais que repudiavam a I Guerra Mundial assumindo a luta contra suas implicações políticas e econômicas e pelo restabelecimento da paz. Já em 1917 as notícias relativas à insurreição e à conquista do poder pelos operários e camponeses russos eram acompanhadas com enorme interesse pelos trabalhadores brasileiros. Para Astrogildo Pereira¹, os movimentos