gravidez
A gravidez é marcada por uma importante vulnerabilidade emocional e por sentimentos ambivalentes, que não devem ser negligenciados. As expectativas da mulher grávida, no que diz respeito ao seu novo papel de mãe, podem induzir a fantasias quanto à sua definição de maternidade e afectar o seu estado emocional. Complicações ao longo da gravidez, podem transformar essa fase de transição considerada normal, numa fase de crise (Setúbal, Barini, Zaccaria, & Silva, 2004).
O facto do bebé fantasiado e imaginado ser substituído por um diagnóstico de malformação fetal, provoca uma intensa reacção de sofrimento e angústia emocional. A capacidade de lidar com um “mau” diagnóstico depende de factores como a sua gravidade, a estrutura emocional do casal e da própria família, bem como dos cuidados de saúde especializados e da assistência psicológica consistente (Setúbal et al., 2004).
Este trabalho tem como objectivos: Aprofundar conhecimentos acerca do fenómeno da gravidez e da parentalidade; compreender as implicações do bebé idealizado e o confronto com o bebé real; entender o impacto psicológico e emocional do diagnóstico de malformação fetal; diferenciar o processo de luto normal do patológico, bem como o processo adaptativo; averiguar as implicações desse diagnóstico em gestações futuras e; procurar compreender o papel dos profissionais de saúde em todo o contexto vivênciado.
Adaptação à gravidez e maternidade
Os conceitos de gravidez e maternidade, apesar de surgirem muitas vezes associados, representam realidades distintas. Canavarro (2001) assinala bem esta distinção ao classificar a gravidez temporalmente em 40 semanas, isto é, o período que medeia a concepção e o parto. Já a maternidade é representada como um processo a longo prazo, ou melhor, para toda a vida.
Contudo, a gravidez e o parto não podem ser encarados somente como simples acontecimentos de vida.
Canavarro (2001) acrescenta que o projecto de gravidez, leva a