Gravidez na adolescencia
De maneira geral, a literatura mundial tem considerado a gravidez na adolescência um problema de saúde pública e desafio social, entretanto, a discussão sobre as suas repercussões no Sistema de Educação e de Saúde ainda vem ocorrendo de forma incipiente e desconectada das ações institucionalizadas (Molina & Romero, 1985; Duarte, 1998).
A maternidade na adolescência não é um fenômeno recente, constata-se através de registros históricos que os casamentos na Idade Antiga ocorriam na faixa de 13 e 14 anos, cujas adolescentes concebiam seus filhos logo após a menarca. Nos nossos dias, a gravidez precoce, com muita freqüência, vem interferindo no processo de escolarização e conseqüentemente, na inserção no mercado de trabalho, altamente competitivo (Coates & Correa, 1993; Parahyba, 2002).
Pesquisas relatam que a gravidez precoce e não planejada pode acarretar sobrecarga psíquica, emocional e social para o desenvolvimento da adolescente, contribuindo para modificações no seu projeto de vida futura, assim como, na perpetuação do ciclo de pobreza, educação precária, falta de perspectiva de vida, lazer e emprego. A instabilidade econômica contribui para a evasão escolar, baixa escolaridade e dificuldade de inserção no mercado de trabalho, assim como, compromete a estabilidade conjugal e o estado de saúde da gestante e seu filho, principalmente na ausência do suporte da família (Pinto & Silva, 1983; Frisancho et al., 1984; Molina & Romero, 1985; Costa et al., 1995; Sant'Anna, 2000).
As razões pelas quais adolescentes engravidam cada vez mais precocemente são múltiplas, podendo ser de ordem socioeconômica, familiar ou pessoal. Freqüentemente, a gestação precoce está ligada à ocorrência da iniciação sexual precoce, desconhecimento e pouco uso dos métodos contraceptivos, aliados à falta de participação da escola e serviços de saúde no processo de educação para a sexualidade de adolescentes (School et al., 1991; Costa et al., 1995; Gomes, 2001).
Na Bahia, em