Gravidez indesejada na adolescencia
A Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS-2006), divulgada em 2008, mostrou que as mulheres estão começando sua vida sexual cada vez mais cedo. Em 2006, 33% das moças até 15 anos já haviam tido relações sexuais, valor que representa o triplo do percentual encontrado em 1996. A redução da idade da primeira relação sexual tem diminuido no Brasil tanto para meninos quanto para meninas, sendo que os primeiros continuam tendo relações mais cedo do que as segundas.
Com o fim da ditadura militar, o avanço do processo de democratização e uma maior tolerância com as novas formas de relacionamento e diversificação familiar, os adolescentes e jovens passaram a encarrar a sexualidade com menos repressão e com maior naturalidade. Os pais também passaram, até certo ponto, a aceitar a maior liberdade dos filhos.
Contudo, ainda existe muito preconceito quanto ao sexo de adolescentes e, principalmente, um despreparo dos pais e dos sistemas educacional e de saúde no esclarecimento e na oferta de métodos contraceptivos adequados para propiciar a separação entre sexualidade e reprodução, especialmente para evitar a gravidez indesejada.
O problema da gravidez indeseja entre adolescentes tem sido motivo de alarde e de pouca compreensão. São especialmente as meninas que sofrem “na pele” as consequências de prosseguir com uma gestação não planejada ou as mazelas da interrupção forçada de uma gestação involuntária. Especialmente as meninas pobres são as que mais sofrem com a gravidez indesejada, pois elas, na sua grande maioria, não possuem acesso às informações e aos métodos contraceptivos adequados para evitar ou remediar a concepção fruto do intercurso sexual realizado sem finalidade generativa ou então de um coito