Grande Sertão Veredas e o Tarôt

Sendo GSV um marco na nossa Literatura, esta obra já foi extensivamente estudada como objeto de pesquisa de dissertações e teses dentro e fora do Brasil. Como proposta para o Projeto Final dessa disciplina, fui convidado a encontrar um tema que me interessasse dentro de GSV para poder elaborar um artigo de conclusão do semestre e, com o objetivo de apresentar as ideias que nortearão esse artigo, trago a presente proposta para ser analisada.
Meu trabalho será embasado no campo do misticismo dentro de GSV, com ênfase na descrição da obra como uma representação da Jornada do Louco pelos Arcanos Maiores do Tarô. O Tarô é um jogo tradicional de cartas com amplo uso esotérico, composto de 22 Arcanos Maiores e 56 Arcanos Menores, totalizando 78 lâminas que podem ser aplicadas em diferentes áreas do esoterismo. Em minha leitura, observei que alguns personagens constituem Arcanos Menores do Tarô, especialmente os que são conhecidos como Cortes Reais (Pajem, Cavalheiro, Rainha e Rei de cada naipe – Ouros, Espadas, Paus e Copas), demonstrando a influência deles na história narrada por Riobaldo. Entretanto, esse não será o foco do trabalho, que se pautará exclusivamente na figura dos 22 Arcanos Maiores, que compõem a própria estrutura da narrativa de Riobaldo, representando momentos marcantes que definem o rumo da história em prol do crescimento espiritual do protagonista. A partir dessa analogia entre a simbologia dos Arcanos Maiores do Tarô dentro da Jornada do Louco (caminho que o Louco percorre até chegar ao Arcano XXI – O Mundo) e a história narrada por Riobaldo, será possível desenvolver uma maior compreensão dos significados dos símbolos incutidos na obra rosiana, a fim de observar mais um escopo de leitura possível de Grande Sertão: Veredas.
Bibliografia
DECKER, R. DUMMETT, M. History of the Occult Tarot - 1870-1970. Londres: Duckworth, 2002.
ALVES, L.M. O Tarô, o Caminho da Autotransformação. Ed. Nova Era, 1995.
BANZHAF, H. O Tarô e a Viagem do Herói. Ed.