grafismo

1 INTRODUÇÃO

1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA

O desenho infantil representa a expressão da forma como a criança compreende o mundo, interno e externo: tudo que é desenhado, passa antes por uma imagem mental1. Segundo Derdyk (apud Pereira & Silva), “seus rabiscos provêm de uma intensa atividade do imaginário. O corpo inteiro está presente na ação, concentrado na pontinha do lápis. Esta funciona como ponte entre o corpo e o papel”2.
O ato de desenhar não é apenas um gesto mecânico. Envolve um significado simbólico que, segundo os estudos de Lowenfeld, refletem o desenvolvimento da criança. Luquet acrescenta que seu repertório gráfico está condicionado ao meio onde ela vive, e é o prolongamento e a manifestação da sua representação mental (Luquet apud La Pastina & Duarte). Já Piaget inclui os desenhos como parte do processo de reorganização cognitiva.

1.2 OBJETIVO

O objetivo deste trabalho é analisar desenhos livres de crianças de 2 a 5 anos, estabelecer o estágio do desenvolvimento do grafismo, de acordo com Luquet e Lowenfeld, e correlacionar com o nível de desenvolvimento cognitivo, segundo Piaget, em que elas se encontram.

1.3 SÍNTESE TEÓRICA

1.3.1 O estágio pré-operatório

Jean Piaget, ao longo de 50 anos de pesquisa, elaborou um modelo psicogenético no qual estabelece estágios do desenvolvimento psíquico do indivíduo. Seu desenvolvimento mental acontece de forma gradativa, respeitando, organicamente, cada fase em que se encontra. Conta com o amadurecimento de estruturas biológicas e com o nível de interações sociais que acontecem em sua vida. Divide-se em quatro estágios: o sensório-motor (0 a 24 meses), o objetivo-simbólico (2 a 6 ou 7 anos), o operacional concreto (7 a 11 ou 12 anos) e o operacional abstrato (a partir dos 11 ou 12 anos)3.
O segundo estágio de desenvolvimento cognitivo, que é denominado estágio objetivo-simbólico, é do que trata o presente trabalho.
O processo de assimilação e acomodação se dá ao longo de toda a existência, proporcionando