Graduação
RESENHA CRÍTICA
O MILAGRE DE ANNE SULLIVAN
A ficção em torno da figura do professor move e comove gerações. Revolucionários, excêntricos, autoritários, afetuosos, sofridos, obstinados... lhe são atribuídos os mais variados perfis.
Quando as histórias são reais tornam-se ainda mais inspiradoras. O Filme traz justamente isso, a história real da professora Anne Sullivan, contratada para ensinar Hellen (uma menina de seis anos, surda e cega desde bebê) adaptar-se ao mundo. Em 1882, com idade de 19 meses, Hellen fica doente e tem o diagnóstico de “febre cerebral” (agora se acredita ter sido escarlatina ou meningite). Temos então o motivo da deficiência.
A criança foi crescendo e era muito mais fácil para a família ter pena do que ensinar. Assim ela cresceu cheia de vontades e ditando praticamente tudo dentro do lar, buscava também ser compreendida, mas, considerando que não existe educação sem comunicação, houve então muitas dificuldades. Quando Anne Sullivan chegou a casa dessa família a sua força de vontade, vocação e fé foram tanta que nada parecia ser obstáculo para ela, nem mesmo os próprios pais de Hellen, com quem vive entrando em conflito, pois sempre sentiram pena da filha, mimando-a, sem nunca lhe terem ensinado algo concreto.
Durante anos, Hellen Keller tem comportamento selvagem e indisciplinado e para aprender novas coisas ela terá que desaprender outras e saber lidar com frustrações. Anne a estimula a utilizar o tato como o elo entre ela e o mundo; desenha palavras na mão da menina a fim de que ela compreenda a relação entre as palavras e seus significados; existe aí uma associação simbólica (imitar para depois aprender), descobre que a palavra tem uma função simbólica; o reforço será de grande importância nesse nível de aprendizagem. O tato passa a ser a via pela qual a menina “enxerga” o mundo, até que, em um momento, compreende realmente a linguagem. A partir daí, aprende o alfabeto braille e aos dez