Governança garante convivência pacífica entre várias gerações
Por Luciana Seabra | De São Paulo
Carlos Trecenti, presidente do grupo Lwart, é membro da segunda geração e passou pela dura seleção da família.
Graduação em faculdade conceituada, pelo menos três anos de experiência profissional, um ano no exterior e domínio do inglês. Parecem exigências para ocupar um cargo em uma multinacional, mas são as regras para que um sócio do grupo Lwart trabalhe na própria empresa. A partir de 2013 soma-se à lista um MBA no exterior ou em uma escola brasileira de ponta. As regras de acesso são uma das ferramentas de uma estrutura complexa que a família Trecenti criou para que a companhia, situada em Lençóis Paulista, no interior de São Paulo, perpetue sob um grupo que se multiplica. Os quatro irmãos fundadores deram origem a quatro ramos familiares, em um total de 51 pessoas e 31 sócios. E a quarta geração já começa a se formar, com a vinda dos cinco bisnetos.
Hoje com três áreas de atuação - transformação de óleo usado em novo, fabricação de celulose e produtos de impermeabilização - o grupo Lwart se firmou em 1975. A marca carrega as iniciais dos nomes dos fundadores - Luiz, Wilson, Alberto e Renato - e o sobrenome deles, Trecenti. O grupo, com 3,3 mil funcionários diretos e indiretos, faturou R$ 732 milhões no ano passado.
Foi em 1998 que os Trecenti começaram a aprimorar a governança. Além das primeiras regras para ingressar na companhia, foram criadas normas para distribuir dividendos. "Demos um passo importante que é separar o que é ser sócio do que é trabalhar na empresa", conta o presidente do grupo Carlos Renato Trecenti, membro da segunda geração e um dos dois familiares que passaram pela peneira da seleção e trabalham hoje na empresa.
O reconhecimento veio 15 anos depois dos primeiros passos, com o prêmio "Família Empresária 2012", coordenado pela consultoria Höft, especializada na transição de gerações. O grupo Lwart foi selecionado dentre 26 empresas