Gola
O fato de reflectir sobre nós mesmos ou nossos arredores da experiência humana é o que deu origem à filosofia e reflecte os resultados destes conjuntos de reflexões sobre os princípios e conceitos de causas humanas, das coisas ou o universo, com base em diferentes concepções de lugar e momento histórico.
Nenhuma sociedade tem escapado a este esforço para fazer a varredura através da reflexão, isto é, nenhuma sociedade deixou de produzir seus próprios sistemas e pensamentos filosóficos, e a África não é uma excepção. Mas como transmitir esse conhecimento através de textos escritos ou através da transmissão oral, prevê, para os textos, ou difícil, no caso de transmissão oral, fazer uma história da filosofia África.
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Filosofia Africana
O adjectivo “africana”, acima mencionado e que qualifica a palavra filosofia, é formado a partir do termo “África” que, segundo alguns estudiosos da linguagem, deriva do Grego “aphriké”, do Berbere “awrigas”, de “afryquah” significando colónia, e do Latim “aprica” significando “exposto ao sol”.Desse último significado da palavra África, ou seja, exposto ao sol, e da inconstância sócio-económico-política do continente africano, forja-se falaciosamente a ideia de que o povo africano não tem “queda” para filosofia, não tem “cabeça” para abstracção, para metafísica. Será isso verdade? Não há nessa opinião um preconceito que remonta a Homero, Aristóteles, Platão e outros?A expressão ”filosofia africana” pode parecer estranha para muitos, no entanto, o povo africano filosofa, tem “cabeça filosófica”. Senão vejamos: Metafisicamente falando, os africanos possuem palavras e termos que remetem à ideia, a conceitos ontológicos, tais como, em Iorubá (língua africana): “ni” significa ser, ”mõ” significa conhecer, ”ofifo” significa o nada.Em Banto (outra língua africana): “ntu” expressa a ideia de ser. A partir do conceito de ser (ntu), a cultura bantu deriva quatro categorias de tudo o