Globalização
"A globalização é a ordem absurda em que o dinheiro é a única pátria" (Subcomandante Marcos)
Consideramos a globalização um processo sócio-histórico caracterizado por três dimensões totalizantes e contraditórias – primeiro, a globalização como ideologia (a sua dimensão contingente e midiática); segundo, a globalização como mundialização do capital (o seu nexo essencial e que confere sentido sócio-histórico ao processo em geral) e, terceiro, a globalização como processo civilizatório humano-genérico (a dimensão pressuposta e que dá ao processo de globalização uma natureza profundamente contraditória).
Consideramos que a única abordagem válida do fenômeno da globalização busca apreendê-la numa perspectiva crítica (e radical), no sentido de irmos às verdadeiras raízes do novo fenômeno sócio-histórico (e ideológico) intrínseco à nova etapa de desenvolvimento do capitalismo mundial.
A globalização é um fenômeno sócio-histórico intrinsecamente contraditório e complexo que caracteriza, em nossa perspectiva, uma nova etapa de desenvolvimento do capitalismo moderno.
É resultado de múltiplas determinações sócio-históricas (e ideológicas).
Portanto, as três dimensões da globalização que não podem ser separadas e que compõem uma totalidade concreta sócio-histórica, completa e integral são elas:
1. A globalização como ideologia
2. A globalização como mundialização do capital
3. A globalização como processo civilizatório humano-genérico
Portanto, a globalização tende a constituir novas determinações sócio-históricas no (1) plano da ideologia e da política, (2) no plano da economia e da sociedade e (3) no plano do processo civilizatório humano-genérico, vinculado ao desenvolvimento das forças produtivas humanas.
As dimensões da globalização são contraditórias entre si, tendo em vista que a ideologia (e a política) da globalização tende a “ocultar” (e legitimar ) a lógica desigual e excludente da mundialização do capital e a mundialização