Globalização
O termo globalização só pode adquirir um sentido correto para descrever a atual situação do capitalismo e do mercado, quando entendido como ponto culminante de um longo processo de mudanças estruturais que transformaram profundamente, num sentido não meramente quantitativo, o sistema social no seu conjunto.
O primeiro aspecto da globalização é a existência de um sistema financeiro internacional funcionando essencialmente fora do controle dos estados nacionais. Para um melhor esclarecimento, faz-se necessário identificar qual o papel do sistema capitalista na gerência do Estado.
No sistema capitalista, o Estado é um garantidor das condições gerais necessárias ao processo de desenvolvimento que o capital individual não tem capacidade de suprir. O Estado produz as condições externas necessárias à acumulação. Esta é a preocupação central da política econômica em países capitalistas. Para que ele cumpra essa função, deve garantir também a sua própria legitimidade diante da população, através de uma política social que atenda aos interesses e às necessidades das amplas massas nacionais.
Com a crise do neoliberalismo (isto nos países do 3º mundo, que tentam a todo custo se incorporarem à nova ordem de mercado), a política social é a primeira a ser questionada, pois no capitalismo, a política de apoio à acumulação não pode ser prejudicada.
É claro que os mais fracos entre os trabalhadores e os excluídos em geral são os mais prejudicados pela crise em função do avanço do desemprego e da impossibilidade de se continuar tendo uma política de welfare state da mesma amplitude de antes, por causa da crise fiscal.
A ideologia neoliberal respalda justamente a política da redução de gastos sociais e do “enxugamento” do Estado. A ausência do Estado na mediação dos implementos da macroeconomia cria condições favoráveis a uma gama de especuladores que se ajustam às medidas do capital internacional, oriundos dos países ricos, na exploração dos países pobres e