Globalização e fascismo cidadania
Raphael da Costa dos Santo
Não falta matéria para reflexão. A «bolha» da globalização rebentou. Que ruínas deixará à humanidade? O Vaticano passeia-se pela América. Não convence ninguém nem o papa lá foi para convencer. Porém, que negócios fechou nesses seis dias? Que alianças reforçou? Que preparam os deuses? Por fim, em Itália onde só existem duas grandes forças políticas organizadas e poderosas – o Vaticano e a Máfia – Berlusconi, herdeiro de Mussolini, conseguiu uma estrondosa vitória. Os três factos convergem entre si e a questão central que agora se coloca é a mesma que há 70 anos exprimia a perplexidade dos homens livres perante a ascensão do fascismo e da sua Nova Ordem: Para onde vamos ? A ameaça do retorno aos fascismos europeus não é capítulo encerrado. As ditaduras fascistas da primeira metade do século XX consolidaram-se na Europa a partir de situações políticas e económicas comuns, análogas às actuais. As guerras de conquista (tais como as do petróleo) geraram e geram pólos de riqueza e de pobreza. O dinheiro fica nas mãos de reduzidas elites enquanto que os povos mergulham na miséria e no desespero. Os proletários perdem os seus postos de trabalho, os cidadãos o seu poder de compra, os lutadores a sua liberdade. Este panorama social é recorrente e projecta-se na actualidade. Berlusconi, por exemplo, alcançou os seus recentes êxitos eleitorais numa sociedade onde grassam a corrupção, as grandes falências, o desemprego, e alastra o poder da Igreja, o garrote da Máfia, os riscos de guerra civil, as dívidas do Estado e o esmagamento das classes sociais a Máfia domina o Sul do país e a Liga de Bossi exige a autonomia do Norte industrializado. A economia italiana estagna e não crescerá por ano mais que 0.5%. Apesar de compreender tudo isto, o povo italiano votou em Berlusconi, o pregador de milagres. Nos EUA, a situação não é muito diferente: 38 milhões de pobres, a par de fortunas fabulosas. Guerras do petróleo ruinosas em