Globalização e comunicação
Globalização é um processo, e um processo que ocorre no tempo. A origem etimológica lembra globo. Globalização seria um processo de integração global, ou seja, dos habitantes do planeta terra que habitamos.
A comunicação, por sua vez, exige um meio de comunicação. No caso humano é a linguagem. As línguas favorecem o relacionamento entre as pessoas e servem para estabelecer elos. Ao mesmo tempo a comunicação exige também um instrumento para transmitira linguagem, seja por meio de sinais de fumaça, luminosos, com alto-falantes, megafones, rádio, televisão ou Internet.
Duas barreiras, portanto, limitam a comunicação: uma linguagem comum, que permita a compreensão, e um instrumento que permita e facilite a comunicação. A diferença de línguas é assim um obstáculo para a comunicação e, indiretamente, para a globalização. A outra barreira é tecnológica.
O homem primitivo não era globalizado porque não se integrava, e não se integrava porque não se comunicava. Por isso uma língua universal permite a integração. É o papel que o inglês está desempenhando no mundo moderno. Não sei perto da casa do leitor, mas uma tarde em que caminhava por uma rua comercial de São Paulo resolvi reparar nos nomes das lojas no espaço de um quarteirão. Fiquei surpreso com o que li. O nome de uma loja de malhas e vestidos femininos ostentava em letras grandes: “Sweet cotton”. Uma loja para cachorros (“pet shop”), chamava-se “Street dog”. Oficina de conserto de motocicletas: “Guard Rail”. Sapatos para crianças: “Shoes Kid”. Cabeleireiro: “Studios Hair”. Para não aborrecer o leitor cito apenas alguns outros nomes de lojas, todas na mesma rua: “Bike & Cia”, “Nature Spirit”, “Blue & Red”, “Patchwork”, “Dry Clean Usa”... Somente percebi que estava no Brasil ao ler “Sacolão São Paulo”.
Fomos invadidos pelo inglês. É um fato inquestionável, independentemente do que cada um pense a respeito, do que o Congresso Nacional legisle ou de projetos ao estilo Policarpo