Globalização, fluxos de capitais e regimes cambiais
Instituto de Relações Internacionais
Economia Internacional II: Sistema Monetário e Financeiro Internacional
Mercados, ventos e navegantes
Texto de resenha apresentado no curso de Economia Internacional II: Sistema Monetário e Financeiro Internacional, na área de Economia Internacional, Instituto de Relações Internacionais, da Universidade de São Paulo.
São Paulo
2012
PINOTTI, Maria Cristina; PASTORE, Affonso Celso. Globalização, fluxos de capitais e regimes cambiais. Est. Econ., São Paulo, Vol. 30, N. 1, p. 05-26, janeiro-março, 2000.
A visão do câmbio flutuante: dois observadores do passado
Introdução
As décadas do pós-Segunda Guerra representam um estágio significativo da história do crescimento econômico brasileiro. Entre outros meios para se alcançar o desenvolvimento do país, o governo incentivou e, de fato, promoveu o processo de substituição de importação optando pelo capital nacional. Em tal modelo, era imprescindível não apenas a expansão do consumo interno, mas, sobretudo, o aumento de setores produtivos no país e a diversificação daqueles já existentes. As barreiras tarifárias e as menos relacionadas à taxação de itens importados foram estratégias que, somadas aos investimentos externos, por conta das altas taxas de retorno na produção de bens nacionalmente escassos, corroboraram o crescimento esperado ao longo da década de 1960. Em 1970, sem dúvida, a expressão “milagre econômico” fez todo o sentido, já que parecia impossível fazer qualquer gota de leite sair de pedra.
A esse contexto, Maria C. Pinotti e Affonso C. Pastore acrescentam alguns aspectos importantes do contexto econômico internacional dos anos pós-1945. O primeiro deles é a exigência do sistema de câmbio fixo por Bretton Woods. O outro a situação quase inexistente do mercado de derivativos, sua faceta mais própria dos dias de hoje, isto é, a rapidez do fluxo de capitais no mundo com deslocamento dinâmico de recursos financeiros. Além