Globalização das drogas
Nos últimos anos do século XX, a América Latina e outras regiões periféricas figuram de maneira destacada na divisão internacional de cultivos e produtos ligados ao tráfico de drogas ilegais. Esses países são grandes fornecedores de drogas para os mercados das nações desenvolvidas.
Nesse sentido, a América Latina, principalmente, oferece esse tipo de produtos ao mercado dos Estados Unidos em primeiro lugar, mas também abastece os mercados europeus. Mais ainda, a América Latina e a Ásia são importantes epicentros da produção mundial de drogas. Nessas zonas, os cultivos ilícitos, assim como a produção, a fabricação e o tráfico de drogas ilícitas, alcançaram destacadas dimensões e brindaram com poder as organizações nacionais e internacionais que operam desde essas áreas para abastecer o mercado mundial de narcóticos e estupefacientes.
Por exemplo, em uma região afastada da América Latina, porém com semelhante situação de crescimento do narcotráfico, como o Afeganistão, nos últimos anos, incrementou-se o cultivo em grande escala da papoula. Algumas fontes assinalam que boa parte da produção de heroína, que antes se desenvolvia no Paquistão entre 1997-1998, transladou-se em nossos dias para o Afeganistão, sendo este país e o mesmo Paquistão dois dos principais produtores de cannabis e opiláceos. Da mesma forma que a Colômbia e o México são também destacados produtores desses produtos, mas para o mercado norte-americano.
De igual maneira, há estimativas que apontam que, pela Ásia Central e por novas rotas através dos Estados membros da Comunidade de Estados Independentes, passam até 65% de todo o tráfico de ópio, morfina e heroína procedente do Afeganistão rumo à Europa.
Situação semelhante ocorre no caso dos países da Bacia do Caribe que servem de trânsito por onde flui grande quantidade de drogas ilegais que vão ao mercado norte-americano e, inclusive, ao europeu. Ainda assim, o Brasil se converteu em um rota privilegiada no trânsito