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"Segue o teu destino"
Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.
A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós-próprios.
Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.
Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos deuses.
Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.
Ricardo Reis, 1-7-1916
Cinco estrofes; Todas as estrofes tem 5 versos cada uma - quintilha
Rima é branca (não existem rimas);
Métrica irregular;
Presença de um tom coloquial.
Figuras de estilo
Metáfora (ex: Os deuses são deuses / Porque não se pensam);
Aliteração (ex: Só nós somos sempre iguais a nós próprios);
Personificação (ex: Vê de longe a vida/ Nunca a interrogues./ Ela nada pode dizer-te).
1ª estrofe o destino representa a vida Segue o teu Destino Rega as tuas plantas, Amar o que a vida nos oferece Ama as tuas rosas. Representa tudo que é natural O resto é a sombra De árvores alheias Tudo o que é alheio à nossa vida, problemas, sofrimentos etc.
2ª estrofe A realidade é o que fazemos dela e normalmente obtemos o desejado A realidade Sempre é mais ou menos Representa situações menos agradáveis Do que nos queremos. Só nós somos sempre Somos únicos e individuais e nunca Iguais a nós-proprios conseguiremos ser alguém que não corresponde à nossa pessoa
3ª estrofe Viver da simplicidade e de forma suave sem muitos precalços, ignorando os Suave é viver só. fatores menos relevantes Grande e nobre é se Viver Simplesmente Esquecer a dor e viver a nossa vida Deixa a dor nas aras consoante nos foi pré-destinado Como ex-voto aos deuses.
4ª estrofe Ser observador da própria vida, ignorando a sua função dentro desta Vê de longe a vida. Nunca a interrogues. A resposta à