Giro Linguístico
Ao esclarecer a falácia naturalista, Hume estabeleceu os limites da racionalidade científica: o cientista até pode descrever os valores dominantes, mas não deve ter nenhuma pretensão de que exista um conceito racional de bem. Além disso, a ciência precisa escolher um objeto empírico e concentrar-se na sua explicação, o que significa um abandono de todos os objetos metafísicos, em que estão incluídos vários dos objetos típicos da reflexão filosófica. Toda a filosofia clássica era metafísica e, nessa medida, ela era incompatível com o discurso científico.
Porém, alguns estudos lógicos e matemáticos do final do século XIX apontaram um sentido inovador para as questões filosóficas. Percebeu-se que a matemática não era uma ciência, mas apenas uma linguagem. As várias matemáticas são apenas linguagens rigorosas e formalizadas, cuja precisão e rigor possibilita que as explicações científicas sejam mais rigorosas e precisas também. Elas não têm um objeto empírico, pois os números e as suas relações são entidades puramente abstratas. Apesar disso, o conhecimento matemático é fundamental para o próprio pensamento científico. Essa intuição deu margem a um novo conceito de ciência, que podemos chamar de neopositivista: a peculiaridade da ciência é a de que se trata de uma explicação feita por meio de uma linguagem rigorosa e precisa.
Tal inovação abriu espaço para uma adaptação das noções kantianas aos novos