Gil Vicente
Centro de Ciências Sociais e da Educação
Departamento de Línguas e Literatura
Curso de Letras – Língua Portuguesa
Docente: Prof. Msc. Elielson Figueiredo
Pedro Gama
Amanda Murta
Leticia de Oliveira
Taiana Machado
Lorena de Andrade
2LLPM0/A
Abril de 2014 A arte da era medieval caracterizava-se pela consagração do religioso, do sagrado, dos chefes de guerra, tinha caráter, essencialmente, doutrinador. Segundo Huizinga ‘’ a arte na idade média se incorpora à vida. Esta recebe sua coesão e seu ritmo de sacramento da Igreja, das festas de anos e de anos canônicas. ’’ (HUIZINGA, 1995, p. 260). A base da criação artística se desenvolveu a partir de objetos do sacramento e de ambientes litúrgicos, como o altar, o oratório. Estes objetos eram dotados de ‘’poder’’ como afirma G. Duby em ‘’a arte era, sobretudo, afirmação do poder. Ela celebrava o poder de Deus, o poder de seus servidores, dos chefes de guerra e dos ricos.’’ (DUBY, 1997, p.9). Em todas as peças do teatro religioso, assim como as peças hereges, têm, ao mesmo tempo, uma lição e um espetáculo, tão estreitamente interligados, que é impensável separá-los. O Auto da Índia (1509), apresentado em Almada perante a rainha D. Leonor, é o primeiro texto teatral no qual é representada uma intriga, uma história completa, e ainda por cima atual. Se o tema do adultério é intemporal, as circunstâncias "deste" adultério são as da primeira década do século XVI, quando, por trás da glória e da fachada épica da expansão ultramarina, era já possível perceber as profundas alterações, nem todas positivas, que essa expansão estava a provocar na sociedade portuguesa. Este auto é o primeiro de Gil Vicente que representa uma intriga com princípio e fim. Assim, a 1ª parte corresponde à fase de expectativa da Ama, relativamente à partida ou não do Marido, e à distensão que se segue à confirmação da saída da armada e que ela aproveita para