gestão financeira
Os donos da cervejaria foram presos hoje durante a "Operação Cevada". O superintendente da Receita Federal, Cesar Augusto Barbiero, estima que em alguns segmentos a sonegação de impostos praticada chega a 25% de cada operação. 'Nós não temos uma avaliação do rombo total, tínhamos informações de que pelo menos em alguns segmentos a sonegação ficava em torno de 25% e isso logicamente vai se confirmar, diminuir ou aumentar", afirmou.
Segundo a Polícia Federal, a maior parte das distribuidoras tinham "laranjas" como donos. Essas empresas, boa parte sem estrutura mínima para realizar os serviços, obtinham liminares com a Justiça estadual e federal para não recolher o ICMS (Imposto de Circulação sobre Mercadorias e Serviços) e o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). Na prática, quando a liminar era cassada, a empresa desaparecia. Em seguida, outra era aberta e solicitava o não pagamento dos impostos.
O esquema de sonegação desenvolvido pela Schincariol foi aperfeiçoado após sucessivas autuações dos fiscos estaduais e federal contra o grupo. As empresas distribuidoras também eram usadas para a emissão de notas fiscais e simulação contábil.
A Primo Schincariol, fábrica da Schincariol, fechava contratos com grandes distribuidoras e estabelecia uma proporção de 30% de produtos da fábrica e 70% de produtos das distribuidoras, que contavam com benefícios fiscais. A diferença era embolsada pela empresa.
Outra prática comum era o uso de notas fiscais "viajadas". A empresa emitia uma nota em São Paulo descrevendo a entrega no Espírito Santo, por exemplo, onde a alíquota de ICMS é de 7%. Na realidade, a mercadoria seguia para Minas Gerais, onde a alíquota sobe para 12%.
A operação é denominada triangulação de notas fiscais e caracteriza a entrega em local