Gestão de ti na administração pública
As Tecnologias da Informação (TI) produziram duas ondas de inovação na administração do Estado desde meados do século XX: a primeira relacionada ao que se pode chamar de tecnologias analógicas e ao desenvolvimento da computação de grande porte (caracterizada pela transição para os transistores e circuitos integrados, computadores de grande porte, o uso de meio magnético para armazenamento e linguagens de programação lineares e estruturadas), e a segunda relacionada com a revolução digital (associada ao advento da microcomputação, interface gráfica, Internet e linguagens de programação orientadas a objetos e lógicas).
Uma característica comum a estas duas ondas é que em ambas a Tecnologia de Informação foi tratada marginalmente, as quais consideravam a TI como uma ferramenta auxiliar, um mero fator a mais a ser considerado na análise do desempenho da administração pública e dos governos.
Mais recentemente, entretanto, muitos autores passaram a considerar que as novas tecnologias de informação da Era Digital, por si mesmas, estavam modificando radicalmente a natureza e o modo de funcionamento da democracia, do governo e do próprio Estado (e.g. Bimber, 2003; Fountain, 2001; Heeks, 2002; Oliver e Sanders, 2004).
A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Na fase inicial de seu desenvolvimento, a utilização da Tecnologia da Informação representava um alto custo para o orçamento público, limitando-se a áreas específicas de inovação e defesa. Progressivamente, ao longo das décadas de 1960 a 1970, a redução dos custos permitiu que demais órgãos governamentais adotassem ferramentas de informática para auxiliar sistemas de pagamento, de armazenamento de dados etc. (Dunleavy et alli,2006).
À época, houve certa centralização da gestão da TI, em nível hierárquico superior ao operacional, a fim de se obter um nível mínimo de controle sobre os gastos em tecnologia e recursos humanos especializados, bem como sobre padrões