Gestalt-terapia

Resenha Crítica

Ribeiro, Jorge Ponciano,(1985). Pressupostos Filosóficos. Gestalt-terapia: Refazendo um caminho (pp.32-42). São Paulo: Summus.

Para o autor, a visão existencialista considera que todo ato psíquico é intenção e é nela que estão presentes a vontade e a liberdade. Esta intencionalidade, conceito muito utilizado pela psicoterapia, cria uma nova relação do homem com o mundo, levando-o a ter uma consciência ativa e livre. Intencionalidade da consciência implica passar à ação após a conscientização. O homem busca harmonizar vontade, liberdade e intencionalidade e entra inteiro na relação com o mundo, mas conservando sua individualidade. Por isso não há como atribuir a uma parte dele a responsabilidade de um gesto.
De acordo com a Gestalt, o homem precisa conhecer a si mesmo para tornar-se um individuo realizado plenamente e conviver na individualidade consciente. Desvelar-se na realidade individual significa prestar atenção a pessoa como ela se mostra, dentro dos seus limites. Existência, etimologicamente, vem de ex-sistere: começar a ser, neste sentido o homem é um projeto se fazendo à procura de sua essência, do seu completar-se que só se realiza na morte. Com isso, só o homem existe, as demais coisas são, pois o homem nada mais é do que aquilo que decide ser, sua essência surge como uma resultante de seus atos.
Segundo o autor, a Gestalt-terapia se utiliza deste conceito como proposta de uma permanente luta no sentido de fechar “projetos inacabados”, onde o psicoterapeuta se torna o consultor do projeto e o cliente é o próprio arquiteto com plena liberdade de mudar seu projeto quando e como achar conveniente. É o fato de poder escolher que constitui a essência do homem e lhe permite criar seus próprios valores. Porém, essa liberdade traz com ela a responsabilidade pelo sucesso ou fracasso de seus atos.Tanto a proposta gestaltista como existencialista se encontram no sentido de privilegiar o homem como ser que se possui, como ser livre e